Estes são Scott e Gabby Dannemiller e seus filhos Audrey e Jake, de 5 e 7 anos, respectivamente. Aparentemente uma família americana como qualquer outra, só que eles abraçaram um desafio impensável para a sociedade consumista em que vivem. Será que você encararia uma dessas?

Desde antes de casar, Scott e Gabby combinaram que o bem estar da família seria o foco de suas atenções. Só que o tempo passou e eles se viram absorvidos pelo dia a dia de uma típica família americana: trabalho, compromissos, compras, contas para pagar. O pensamento padrão era “muito é sempre pouco” e a facilidade de trocar de carro ou comprar o novo celular fazia das compras um programa irresistível.

O reflexo disso era uma vida estressante e poucos momentos desfrutados em família. Aliás, seus filhos também já haviam se transformado em pequenos grandes consumidores, sempre pensando em qual seria seu próximo brinquedo.

Era um círculo vicioso. Quanto mais gastavam, mais precisavam trabalhar para ter dinheiro e pagar as contas. Quanto mais dinheiro tinham, mais coisas desejavam comprar. Chegou o momento que eles viram que isso não lhes dava mais prazer. Estavam muito insatisfeitos com a vida que tinham.

“Havia essa necessidade constante de comprar mais. Nós precisávamos de uma casa maior, de um carro diferente, roupas diferentes.“

 

Até que, em 2013, eles resolveram dar um basta! E foi um basta bem radical: passar 1 ano fora dos padrões da sociedade consumista. Combinaram passar esse período experimental sem comprar supérfluos, gastando apenas com bens de consumo realmente indispensáveis e substituindo os supérfluos por novos e diferentes momentos em família.

Seria um período para aprender a valorizar o que já possuíam em casa e adaptar-se, com criatividade, ao que estivesse faltando.

 

“Nós queríamos voltar para o que é importante – conectar e compartilhar experiências com as pessoas. Percebemos que as ‘coisas’ ficam no caminho, pelo menos para nós.”

 

A ideia era gastar apenas com o que fosse indispensável para o sustento deles: alimentação, remédio, material de limpeza (básico), gás, combustível, manutenção (indispensável) na casa e, o principal, experiências em família.

 

Para isso eles estabeleceram 3 regras simples:

  1. Deixariam de comprar roupas, acessórios e equipamentos/utensílios eletrônicos. Usariam só os que já tinham em casa;
  2. Se algo quebrou ou estragou, ao invés de jogar fora, deveria ser consertado (a não ser que fosse mais barato comprar um novo);
  3. Todos os presentes deveriam ser experiências e não coisas ( e essa foi uma das decisões mais fantásticas que eles tomaram. Você vai ver mais à frente).

 

“Não é que as coisas que compramos sejam ruins. O que faz serem ruins é o valor que damos a elas. Nós as tornamos mais importantes e conscientes.”

 

Passaram a pedir roupas emprestadas aos amigos quando precisavam comparecer a uma ocasião especial. Scott chegou a usar uma mochila lilás com rodinhas (que estava encostada no sótão da casa) quando a sua pasta executiva quebrou e ele não tinha onde levar os documentos para uma reunião.

 

“Essa experiência foi para focar menos nas coisas e mais em maneiras de nos conectarmos uns aos outros.”

Scott ressalta que isso, que para eles foi uma experiência de 1 ano, para outras famílias é a realidade do dia a dia, viver com pouco! E acrescenta:

 

“Há famílias que não têm dinheiro para comer. Para nós, a pergunta era, quando você tem dinheiro para gastar, com o que escolhe gastá-lo?”

 

Uma curiosidade: as crianças não foram comunicadas que a família estava passando por essa fase de experiência. Quando pediam algum brinquedo novo, ao invés de darem a resposta de sempre “agora não tenho dinheiro, quando tiver eu compro”, os pais questionavam “você realmente precisa disso?”.

As datas comemorativas, ao invés de serem lembradas com brinquedos ou outro tipo de presente, foram registradas com piquenique, passeios no parque, idas ao zoológico, visitar amigos e familiares (quando foi a última vez que você visitou um parente?).

Um pacote de balas de menta e uma garrafa de refrigerante virou um presente explosivo e inesquecível para os filhos dos amigos.
E, após o ano de experiência, quando perguntadas sobre quais mudanças notaram no ano anterior, as crianças responderam “passeamos mais e brincamos mais com nossos primos”. Nenhum dos dois se queixou de não terem recebido brinquedos. Aliás, eles nem perceberam isso.

Passaram a valorizar e aproveitar melhor o que já possuíam, aprenderam a usar sem estragar as coisas. E também aprenderam a usar a criatividade para superar os desafios que surgiam sem, necessariamente, ter que comprar algo novo. (acho q isso precisa ser editado melhor)

 

“Agora olhamos para o que podemos comprar e pensamos, ‘será que isso vai agregar valor a nossa vida ou será algo só vai ocupar espaço?’”

Ocupar a mente com desejos é um comportamento tipicamente consumista. “eu quero”, “sempre sonhei em ter…”, “preciso muito comprar… ” são frases comuns em pessoas focadas em possuir.  O tipo de gente que abre o guarda roupas abarrotado de peças e diz “não tenho nada pra vestir”. Psicólogos afirmam que isso acontece porque as pessoas, quando diante de muitas opções, tem dificuldade de fazer uma escolha.  Então, pra não terem que escolher, acabam desprezando o que tem e vão às compras em busca de algo novo que lhes dê prazer.

Durante 1 ano a família Dannemiller tirou férias ao consumismo. Em troca ganharam uma vida rica em experiências realmente construtivas. Hoje eles voltaram a fazer compras, mas agora de forma mais consciente. Perguntam-se antes se realmente precisam daquilo e se vai agregar valor á sua família.

 

“O maior produtor de felicidade são os relacionamentos humanos e quanto tempo passamos com as pessoas especiais em nossas vidas. O interessante é que as pessoas sacrificam as relações sociais realmente importantes para obter outras coisas que não irão torná-los tão felizes”. 

Essa experiência rendeu um livro e nele Scott confessa que não foi uma adaptação fácil, mas que ao final percebeu sua família mais unida e consciente com relação ao consumo.

“Mais do que qualquer coisa, nós queremos que as pessoas pensem sobre o que é importante em suas vidas“.

De lá pra cá, inspirados por essa história vitoriosa, muita gente já arriscou vivenciar essa experiência de suspender as compras por um período e os relatos são sempre positivos, falando de maturidade emocional e melhor qualidade de vida.

E você, tem valorizado o que realmente lhe traz felicidade?

 

 

Luz e bênçãos pra você

 

*Todas as fotos colhidas do facebook de Scott Dannemiller

 

Mais pra você!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.